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Não estávamos ali para cair e sim para carregar sacos ou tirar fotos, no meu caso. Eles subiam tudo isso umas ou vezes por dia. O único jeito de descer uma ladeira dessas, é correndo. Se tenta parar, cai. Toda essa multidão era um mundo extremamente organizado. Porém, numa folia total. Dá a impressão que são escravos. Mas não havia ali um único escravo. A escravidão que podia haver era a vontade de ficar rico. Todos queriam ficar ricos. Havia gente de todo tipo, intelectuais, gente com diploma universitário, empregados de fazendas, trabalhadores da construção civil. Todos arriscando a sorte. Porque quando se descobria um filão de ouro todos os que participavam daquele retalho da mina tinham direito a escolher um saco. E no saco escolhido por aquela pessoa estava a escravidão de fato. O saco podia conter nada ou conter um quilo de ouro. A tão desejada independência era disda nesse momento. Todo homem que sentiu a ‘febre do ouro’ jamais se livra dela. Descobri esta foto numa galeria, há mais de anos. Não sabia quem havia tirado. Imaginei que a pessoa fosse ambos, um grande fotógrafo e um aventureiro. Atrás da foto havia um carimbo e uma assinatura: Sebastião Salgado. Comprei a cópia. O vendedor pegou numa gaveta mais fotos do mesmo fotógrafo. O que vi me emocionou profundamente, em especial esta imagem. O retrado de uma mulher tuareg, cega. Ela ainda me deixa comovido e a vejo todos os dias. Pois está na minha escrivaninha desde então. Uma coisa percebi logo sobre Sebastião Salgado, que ele se importava de verdade com as pessoas. Isso tem importância para mim. Afinal, as pessoas são o sal da Terra. Acabamos nos encontrando e conversando sobre a vida dele, de sua obra e sobre a origem disso tudo. O SAL DA TERRA O SAL DA TERRA O SAL DA TERRA Se você reunir vários fotógrafos num mesmo lugar, cada um fará fotos diferentes. Isso porque, com certeza, eles veem de locais diferentes, muito diferentes. Cada um desenvolve a forma de ver em função de sua história. Acho que na minha história, aprendi a desenvolver minha maneira de ver, aqui, neste lugar. Aqui, tenho um ideal do planeta. Eu fazia longas caminhadas a pé junto com meu pai, pelo meio dessas serras, e vínhamos até aqui para ficar olhando. Atrás de cada uma dessas montanhas existe uma história, existe algo a ser visto. Sonhei muito, parado aqui. Queria ir para além dessas montanhas, queria descobrir. UMA VIAGEM COM SEBASTIÃO SALGADO CORDILHEIRA DA PAPUA OCIDENTAL INDONÉSIA, POVOADO DE YALI, Este era Sebastião Salgado. Sebastião pai. Ele legou o nome a seu único filho que mesmo se tornando um ativo viajante a vida toda aproveitou dos estudos que o pai obrigou-o a cursar, de um jeito que esse pai nunca teria imaginado. Os estudos de economia permitiram a ele entender de mercado global, de comércio e indústria. Por isso ele sabia o que fazia o mundo girar. Tudo começou na pequena Aimorés, na divisa de Minas Gerais com Espírito Santo. Ali se situava a fazenda do pai, sob um enorme céu, entre a mata atlântica e o rio, na época navegável. E havia os trens jogos carregando sem parar, minério de ferro das Minas Gerais para o resto do mundo. Era e é, afinal, uma das maiores zonas de mineração do planeta. Foi onde Sebastião cresceu. Filho único, com sete irmãs. Que bela vida! Durante os verões, brincava às margens do Rio Doce. No Rio Doce jogos é onde estamos agora. E também, nossa pequena equipe de filmagem. Sebastião, fique aí. Acabei de aprender uma coisa jogos É pior filmar um fotógrafo que qualquer outra pessoa. Não só não para quieto e faz o que quer, como, por tique profissional, reage e reponde usando sua arma preferida: a máquina fotográfica. E responde sempre atirando. Wim, tirei uma bela foto sua. Eu também, mas não mostro. Só imagino! No caso, não fotografou só a mim jogos Havia dois de nós em seu enquadramento. O outro, meu colega na direção, era o filho mais velho dele, Juliano. Com sua câmera, ele já havia acompanhado o pai em várias viagens, como a de Papua Nova Guiné, vista antes neste filme. Ou aqui, a uma ilha remota no norte do Mar da Sibéria Oriental. Como gostaria de ter ido com eles. Daí, me convidaram a participar do resto do documentário, penso que para ter uma visão externa da aventura. Não hesitei um segundo. O que mais eu poderia pedir? Finalmente, eu conseguiria conhecer aquele homem, descobrir suas motivações e a razão pela qual o trabalho dele causara tanto impacto em mim. Mal sabia eu que iria descobrir nele muito mais que um simples fotógrafo. Sebastião tinha anos quando pegou o trem e saiu de sua cidadezinha. Estava indo para o colégio em Vitória, capital do Estado vizinho. No início, o jovem nem sabia o que era ter dinheiro no bolso. Nunca havia pago nada. A fazenda produzia tudo o que precisavam. Não tinha coragem de entrar num restaurante e passou fome as primeiras semanas na capital. Estamos no escuro sobre o que seria de Sebastião se esta jovem não tivesse aparecido no quadro. Lélia. Tinha anos, estudava música e era incrivelmente linda. Foi amor a primeira vista. Quando ele obteve uma bolsa para cursar o mestrado em economia pela USP, eles se mudaram e se casaram. Eram os anos . Ambos militaram nos movimentos de esquerda, tal qual outros estudantes em Paris, Berlim ou Chicago. O Brasil era comandado por uma ditadura brutal e eles corriam risco diário de ser presos, torturados e deportados. Em agosto de , Sebastião e Lélia saem do Brasil embarcando para a França. Enquanto ele continuava seus estudos de economia, Lélia estudou arquitetura. Um belo dia, ela comprou uma máquina fotográfica para seu trabalho. E quem se divertiu com a máquina foi Sebastião. A primeira foto, obviamente, foi de Lélia. Em seguida, ele arranjou emprego na Organização Internacional do Café e eles mudaram para Londres. Ele pretendia fazer carreira no Banco Mundial e ia sempre para a África trabalhar em projetos de desenvolvimento. Levava a máquina de Lélia e sempre voltava trazendo muitas fotos. Ao compreender que essas fotografias lhe davam muito mais prazer que os relatórios econômicos, ambos tomaram uma ousada decisão. Ele iria assumir um risco enorme de abandonar
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